terça-feira, 26 de junho de 2012

Das ideias de começo


 Juan Miró

quando penso no carinho com que guardava minha edição de Mais Provençais, cuidando para não amassar as pontas entre os outros livros. Era feito trazer de cor certos números na caderneta, e uma linha escrita de próprio punho. E, então, olhá-la à distância, naquele fio onde vão tesão e metafísica. O livro branco, a iluminura. Era raro ter versos assim em casa. E bem vertidos. Estar começando uma biblioteca era o mesmo que estar começando, sem mais. Era diferente de hoje, passado em alho e cascas. De ter a biblioteca de Alexandria aos pés, implorando, feito Anita na Fontana di Trevi, e não ter a mínima ideia de por onde começar.

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