quarta-feira, 27 de junho de 2012

audiência e juízo



os analistas da bolsa ocupavam-se de certa oscilação maior do pregão. os evangélicos reuniam-se em torno de um festival gospel. os gays preparavam a parada de orgulho. e os héteros falavam mal dos gays. as modelos passavam fome ao nosso lado, mas já tinham alguma vaidade. os carnavalescos suavam em julho, a prever incêndios, pragas, contratempos até quando o carnaval. micaretas prosseguiam abadanando[1] noites. a criança em alguns comia pipocas na manteiga. os tuiteiros mediam fórmulas de ganhar mais seguidores. e os seguidores sorriam amarelo derretido, como barras de manteiga fora do freezer. mas então, eu vi: um anão ruivo - com gaita de foles, kilt e tudo de direito - entrou no boteco e contou, um a um, toda a gente que assistia aos pênaltis da final e ao juízo. agora já sabemos qual a metodologia da pesquisa: 

eles empregam anões escoceses.

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[1] Não é gralha, o verbo acabou de ser criado abadanar - vestir abadá, cobrir com abadar.

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