quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Tratado assimétrico de poesia pós-cabralina


sem indicação de crédito


15 espasmos - poesia contemporada (um breve gráfico)


Outro dia li um comentário do Odorico Leal sobre o assunto. Explico: ele se referia ao desconforto do T. S. Eliot editor diante da leitura de poetas jovens. [Para mais detalhes, aqui]. Ressalvo que Eliot não está entre meus autores mais prezados, embora (e vai redundância) sua produção tanto poética quanto ensaística seja uma opulência. Isso posto para dizer que fico muito desconcertado hoje diante dos poemas de gente jovem. E acho que faz todo o sentido. De repente, não sei mais se são "bons". Se não são. Mas ao contrário de muita gente ainda não desisti de achar gradientes e mesuras para o que se faz. Sempre os há, se devidamente buscados. Desistir de valorar textos é desistir de escrevê-los. Jogar o bebê junto com a água do banho. O que percebo apenas é que a esmagadora maioria desses "poemas jovens" não me interessa. Ou porque sequer são poesia ou porque há que se ler os clássicos. Se reler do lido. Pelo menos em maior intensidade do que, em geral, se faz nos 'diascorrentes'. Enfim, me desculpe a galera. Não se pode perder muito tempo. E meu tempo de ler poesia de vanguarda já passou da conta sem chegar à monta. E contribuí com minha cota. A não ser que surja o quê? Um momento de conspícua poesia de vanguarda. O que não é o caso no presente.

Aliás, não é de hoje: a poesia no Brasil anda um marasmo. Pântano numa charneca. A literatura de um modo geral. A gente fala isso sem pessimismos ou ranços. Mas por dever de realidade. E até por desejo de que algo de bom salte ao picadeiro. Como o cinema tem saltado ao picadeiro. Tanto para grande público quanto para iniciados. [Falo em cinema para não usar a palavra horrenda: audiovisual].


O último livro de poesia que desperta algum fervor, de começo a fim, é O Homem e Sua Hora, de Faustino. Foi lançado em 1955. Faz tempo. Depois ainda houve algum Cabral aqui, algum Augusto ali. [Os últimos livros de poesia que podem ser lidos sem maiores ravinas e montanhas rochosas, para ficar na topografia dos westerns].

O panorama da poesia mais vanguardeira, a que vem justo pela herança dos concretos - que acompanhei por décadas - anda tão pobre de mavé quanto numeroso. Começo a desconfiar que há vida de verso fora disso. Deve haver. Não é possível que seja só isso. Ou seja, só essa imitação rala e acriativa. Sobretudo da cena norte-americana, mas não só. E, em especial, de um fluxo minimalista com certo pendor visual (Williams) associado a uma tola desorientação sintática à Creeley, Olson, L=A=N=G=U=A=G=E poets ou a verve conversada de um Antin. Isso, numa das lâminas da moeda. Na outra, temos neo-barrocos que saem a associar palavras numa espécie de surrealismo datado, temperado por referências que flertam com o kitsch, os excessos, a sensualidade, certo suor de cabaret cubano filtrado por paetês, lantejoulas, uma deliberada escatologia e fascínio por termos raros. Para não falar dos que reivindicam uma estética feminina, queer, afro-brasileira ou - pasmem - nordestina à reboque do que fazem (de novo) os americanos. [Entenda-se, nada contra poetas gays, mulheres, negros ou ocupados com temáticas mais ortodoxamente regionais. Muito pelo contrário. Tudo contra, no entanto, quem defende a especificidade de uma literatura castiçamente queer, feminina, afro-brasileira ou regionalista. Isso, sim, a reivindicação dessas especificidades, assoma com problemas. A poesia é algo suficientemente humano para abrigar a todos]. E, assim, pode-se lamentar que todo o rigor concreto - vazado da retórica de faca sem cabo de Cabral - tenha parido justamente essa matéria amorfa que pomos diante dos olhos nos dias de hoje. Não pode ser só isso.

Então, o meu projeto é despir-me de preconceitos e ler autores como Gerardo Mello Mourão, Bruno Tolentino, Felipe Fortuna. Ao menos eles parecem tratar melhor a língua. É desagradável constatar tanta indigência à volta. E não aquela indigência do tipo bom, da escassez de meio que sabe moldar formas. Soldar sucatas. Como no sertão latas de óleo de cozinha até um dia desses viravam lamparinas de um apurado design. E décadas antes de se falar em reciclagem. Pois isso é poesia. Um gesto antecipado. As formas não só são imaginadas mas ganham presença, volume, dimensões. Assomam como formas da história. Sua raiz está no pão e na fala. Experiência endentada no coletivo. É a partir de coisas assim que devemos tirar a medida, os noves foras de nossas formas. As extensões de nossas linhas. Um escritor pode até voltar-se para abstrações. Ou para esse sentimento de um mundo que está em todo lugar a todo tempo e, ao mesmo tempo, algures e em tempo algum. Para esse sentimento que está na 'virtua' [favor não confundir com a Virna, que é a Teixeira, boa poeta e excelente tradutora]. Quer dizer, está mais do que nunca por aí, no mundo virtual. Mas querer negar a realidade contingente e brasileira - ou sua história é suicídio cultural.

Não penso que isso seja culpa da turma mais nova. Os cursos de pós-graduação e a internet causaram um espantoso mal à maioria dessa geração que começou a chupar pirulito com a mão esquerda, porque a direita já zigue-zagueva sobre o mousepad.

Hoje nas pós se lê quase que exclusivamente teoria. Não se lê mais poemas, prosa de ficção. Quem vai por aí, vai por conta, abnegação e risco próprios. E é claro, ninguém aprenderá a escrever poesia lendo Barthes, Blanchot ou Derrida em tradução. Há um verdadeiro fetiche por novos conceitos. E por quotações. Por metaescrever. Os alunos morrem por isso. Por essa grosseria inflacionada. Pela grosseria e a pura falta de conexão entre esses conceitos e nossa realidade. E é assim que as pós reduzem os caras a pó. Os domesticam. Os tiram de letra. Os nivelam em grosseria. Matam os poetas que há neles nos campos de concentração pós-estruturalistas dos conceitos. Nas gaiolas dos "metas". Nos grandes saldos, nas vendas de gato por lebre, como nesses discursos transdisciplinares repassados como se isso fosse "novidade" e já não viesse sendo gestado em arte, desde que arte é arte. Nas arapucas das referências bibliográficas de teorias não filtradas ou lidas com verdadeiro espírito crítico. Ou, no mínimo, malascostumam os alunos, com suas prolixidades: o poder, a linguagem, o signo, a dobra. Discursos dobrados sobre si. Roendo avidamente a própria cauda que já se encontra em estado ósseo. Cada conceito, da forma como vem sendo lido, é uma barra a mais de gaiola. E poesia não rima com gaiola.

Na internet, a informação está mais disponível. Mas também rasa à potência. E o que era doce - o esforço quase individual (de todo modo mais idiossincrático e intuitivo) que se tinha de fazer para selecionar umas poucas linhas de informação e nelas recortar em profundidade - se acabou. Na contramão, o que era disperso ficou (in-co-men-su-ra-vel-men-te) mais. Uma epistemologia do superficial. É claro que é bom poder se informar sobre o que acontece em outros países. É mesmo imprescindível. Seria ingênuo e xenófobo não fazê-lo. Mas, volta e meia, é preciso fazê-lo com um pé no terreiro. E também cuidar para não querer saber "tudo". Os perigos do número.

Não sou propriamente pessimista. Sou realista. Mas tenho esperança e fé: um dia o vento há de virar. Soprar para outro cardeal ponto. E jovens poetas talvez se interessem mais por história, pelo passado. Pelo país, de modo particular. Não se pode escrever coisas verdadeiramente novas sem esse estribo. Por exemplo, gente que imita Creeley mal dimensiona o quanto sua obra deve à cultura de New England, que é sua região de origem.

Então, é sempre um alento, por exemplo, saber de gente como Nícollas Ranieri. Um cara mal saído dos cueiros, que vive em Uberaba, Triângulo Mineiro. Ao que parece, com legítima fome de forma e história. Ou então, um pouco mais crescidinha, a carioca Izabela Leal - afinal não é todo dia que a gente se pode dar ao luxo de ouvir uma poeta interessada por um autor como Camilo Pessanha. A maioria não sabe nem quem é. Ou se ocupa com essas contigüidades. A maioria anda atrás de ler L=A=N=G=U=A=G=E poet em tradução. Ressalvo, tradução é melhor como exercício para quem faz do que para quem lê. Tradução é melhor como exercício, notação. Estudo. Tradução só existe em instância modal. É muito mais útil para quem é do ramo - e, portanto, também pode estudar em comparado com o original. Fora disso, tradução é propedêutica para um público leigo. Mas se você se quer do ramo, quer ser poeta e decalcar de Henry Deluy ou Jacques Roubaud, aprenda francês. Se quer derivar de Creeley, mande ver no inglês. Espanhol, nem precisa estudar. Basta ler com um bom dicionário do lado. Italiano é um pouquinho mais intrincado, mas nada que um bom dicionário também não resolva. E para os mais dispostos há o latim e o alemão. Ou a especialização em línguas distantes: russo, hebraico, coreano, japonês...

Há algo de equívoco nos concretos. Nem tanto como tradutores, agitadores culturais e - até certo ponto - teóricos. Décio nunca foi propriamente um poeta. Embora haja composto alguns bons poemas avulsos. Não há um grande livro de poesia de Décio. Seu interesse, nos últimos tempos, aliás, segue por uma semiótica da prosa. De poemas isolados também vive Haroldo. Em poesia, nenhum dos dois escreveu algo à altura dos livros de Augusto. O épico de Haroldo, Galáxias, é constrangedor:

Esta mulher-livro este quimono-borboleta que envelopa de vermelho um gesto de escritura e doura suas páginas dela a mulher-livro em papel-japão cada página que se compagina num fólio-casulo

Umm!

Por que o processo de justaposição, amálgama e colagem em Haroldo soa tão forçado? É que não há lastro de experiência. Haroldo passou a vida em seu estúdio. Foi um leão civilizador. Traduziu, ensaiou, polemizou. Envolveu-se em legitimidade e (algumas boas polêmicas) com a tradição e com a recanonização. Resgate e redimensão de Gregório de Matos foram tarefas de Haroldo. O arejamento da tradução de gente intraduzida, até então, de línguas e circuitos culturais diversos. E também dos clássicos.

Porém, todavia, contudo. Não quimono-borboleta, não folha-casulo, não papel-japão. E definitivamente não mulher-livro. Há algo de forçosamente ralo e artificial nessas justaposições. É possível desconfiar que Haroldo sabe de livros e gatos. Mas não passeou de alpercatas pelo solo de Monte Santo.

Rosa andou com tropas pelos sertões. O conhecimento de Rosa nunca era só gabinete. Rosa destila vanguardas a partir da fala, das brenhas, do mundo lá fora. Sem fala corrente não há língua. Mas também não há obra. E mesmo no Euclides de A Terra há fala recorrendo e pó de estrada. Para fazer isso é preciso conviver com fala. Combiná-la com outras palavras que não fala. Ouvir a voz das ruas. Errar por elas. Eis porque a justaposição de Haroldo não engrena. Não há flanagem por ruas e no meio delas um redemunho. Em Haroldo há um divórcio entre cotidianos, experiências de um lado; cultura formal do outro. E nessa gangorra, os primeiros fatores são de pluma diante do plúmbeo dos compêndios, tratados, léxicos e alfarrábios. Fração entre fala e erudição. Haroldo é erudito. Mas nele não se consegue escutar uma escuta da fala.

Não é de se entender que os neo-barrocos, por exemplo, elejam Haroldo e não Rosa. Assim como chega a ser incrível que não saquem nada de Vieira ou Gracián.



2 comentários:

  1. Ruy, meu caro:

    esta questão do "poeta jovem" sempre me toca em algum sentido, de modo que me interesso por responder alguma coisa do teu texto. Dois pontos, talvez, mas um pequeno comentário antes -

    (teu texto parte da idéia de que nem todos os poetas jovens te interessam. Absolutamente normal, não? A mim, não apenas não interessam 'todos' os jovens como também não interessam 'todos' os velhos e também 'todos' os de meia-idade, mas apenas alguns - seja por valor ou apenas por afeto)

    Uma coisa que gosto no seu texto é a identificação de certo maneirismo que se tornou via de regra em grande parte da poesia brasileira contemporânea. Acho realmente que há um parnasianismo meio frouxe e asséptico que se tornou 'marca'. Talvez uma leitura bacharelesca dos concretistas, e não concretos, sim.

    Algo que acho equivocado é o modo como 'Barthes and Co' entram na tua linha argumentativa. Como diz uma figura folclórica daqui da cidade: uma coisa é uma coisa e outra é outra completamente diferente. É um pouco óbvio o que vou dizer, mas tenho que começar a discussão sempre por aí: se existe o problema da crítica francesa nas Universidades do nosso país, e acho que é um problema bastante evidente, ele está muito mais ligado ao modo como estes autores são lidos do que com os autores em si. O assunto é longo.

    Em tempo: a palavra 'realismo' no teu texto me faz pensar que você acredita em um julgamento puro. Por isso não entendo exatamente a o que você se refere quando diz que é realista e não pessimista. Ainda fico com o rótulo 'pessimista', acho mais machadiano. Outra coisa que teu texto insinua, mas não fica claro para mim: já que estamos falando de rótulo, parece que o rótulo 'poesia jovem' e o rótulo 'vanguarda' aparecem colados para você. Se ficamos com os rótulos, então: acho que há muita 'poesia jovem' que não é de 'vanguarda' no Brasil. Enfim, ainda acho que a saída, se podemos pensar deste modo, não está de modo algum no Tolentino.

    Um grande abraço,
    Victor.

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  2. Howdy,

    Outro dia o Cláudio Neves comentou por email algo semelhante. Falava que a crise da poesia brasileira era a da desincumbência - de narrar, de dizer (falava isso aliás a propósito de um poeminha demasiado imagético que eu tolamente lhe enviara). Também me sinto bastante desaconchegado na poesia contemporânea. Minha impressão é que poemas como Un coup de dés (e como The Waste Land também) não geram tradições. São poemas que nascem de experiências pessoalíssismas. Como poéticas pessoalíssimas, como a de Herberto Helder, também não geram tradições ou, para evitar a palavra pesada, novas formas de escrever, novas vozes. O que é bom em Creeley funciona às mil maravilhas - em Creeley. Cada homem está sozinho no mundo e cada poeta mais sozinho ainda. Não que para achar uma voz leituras não ajudem em nada. Mas não é a leitura idólatra de um jogo de dados que lhe tira o que tem dentro do peito. Talvez a leitura idólatra de Un Coup de dés, Waste Land, LANGUAGE poetry, Peirce, Pessoa, Helder, Gerardo, Oswald e, principalmente, do mundo, desse fato incômodo de que há gente trombando na gente quando se anda na rua. Quando Dylan canta "there must be some way out of here, said the joker to the thief", eu não entendo o que ele diz, mas entendo por que ele diz e entendo que eu também o digo. Isso é poesia. Seja carnavalizando com sarcasmo urbano a cultura ocidental (Dylan nos 60's) ou convocando os mortos do sertão e da Grécia a se levantarem (Gerardo, nos 70's), poesia é comunhão: de uma voz pessoalíssima. O que é curioso no caso do Gerardo é que ele percebeu isso claramente, no momento em que essas questões ainda tinham algum sabor fresco, ali pelos anos 50 (só o fato de a poesia dele negar ponto por ponto a teoria literária eu já gostaria dele). Porque Gerardo não era um dos velhos babões da geração de 45, se esforçando para escrever poesia 'profunda', poesia 'grandiosa'. Gerardo, em bom português, estava pouco se fodendo para o Sublime. Queria o mundo, a voz, a terra, o ritmo. Quando o li pela primeira vez, com 17 anos, sentado num banco no centro de humanidades da UECE, fugindo de uma aula chata, o que eu senti foi confirmação - do mundo, da terra (logo eu, de all-star no pé), das pessoas, dos nomes, da palavra. Com os olhos ardendo de ler o Pessoa, o Drummond, os tantos nãos sem fim da poesia moderna, eu finalmente ouvia um retumbante Sim (Molly Bloom bem o quereria ouvir também): o sim que o Stevens procurou a vida toda - a Ficção Suprema: a ficção da realidade. Uma das graças da vida é poder reler a abertura do país dos mourões e ser sempre a primeira vez que a leio: a palavra renasce, renaço. Conversava outro dia com uma amiga sobre se havia poesia alegre 'na modernidade'. Lembrei a ela dos poemas-piada do Oswald, de alguma poesia marginal. Mas isso é poesia do riso. Não da alegria. A única poesia da alegria é a da alegria que absorve a morte, o trágico. A única afirmação válida é a afirmação que abraça a morte. A poesia que pela morte possui o presente e faz cantar o passado. Por isso o poema do Gerardo começa com a evocação dos mortos, dos nomes dos mortos, das circunstâncias da morte, primeira hierárquica e cronológica, depois não mais, porque o poeta suspende a morte, incorporando-a no canto. Naquele tempo eu não compreendia isso - eu vivia isso: no poema, no canto. Talvez se eu não tivesse lido Gerardo, me sentisse mais satisfeito com os pequenos diamantes que a poesia brasileira foi desencavando nas últimas décadas. Mas tive muito cedo a experiência de que poesia, a despeito de toda a lenga-lenga modernista e pós-modernista sobre o texto, que a poesia não era apenas o poema - era, e aqui eu concordo com o Paz, sempre algo mais - era o júbilo do mundo possuído - nas Ipueiras, na Grécia, num cabaré em New Orleans, em Picos, em Sundown City, em Belo Horizonte: por onde quer que andassem as peripércias de Gerardo e as minhas. Quando penso que o século vinte quis anunciar a morte do autor, Gerardo escreve sobre o país dos Mourões, sobre as peripércias de Gerardo. Teve sempre a lucidez do futuro, que é a lucidez do passado e a lucidez do sem-tempo da poesia. Nisso aprendi cedo que a experiência da poesia não é apenas intelectual - é corporal também: não o corpo como instrumento político que a arte de vanguarda brasileira gosta de fetichizar. Mas o corpo do mundo, o corpo das coisas e das pessoas - o corpo da palavra - que o canto ergue como um milagre sempre renascido. É isso que espero da poesia. Esperar mais é ser mesquinho com ela - e isso pode nascer de qualquer mar e de qualquer esquina sem graça.

    Paro aqui, que acho que falei demais. Sempre acho que falo demais quando falo de Gerardo - sempre me dá o desgosto do desperdício. Porque, como dizia o Drummond, poesia é incomunicável. Crítica é desperdício. Mas necessário. Talvez as tais gerações futuras descubram Gerardo. Compreendo que as passadas não o descobrissem - afinal, era integralista, direitista - esse diabo não entra nas igrejinhas da universidade brasileira - "é um nazista, poesia retrógada", ouvi uma vez de um professor. Não importa. A contragosto do país, o país tem seu poeta.

    Abraço, rapaz, desculpe aí a tagarelice - acho fui momentaneamente possuído por aqueles espíritos de que Platão fala no Íon.

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