terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Três Literatices a Caminho do Trono




Ginsberg e Patti Smith
É 1969 e Patti Smith está tentando comprar um queijo numa padaria de Manhattan. Súbito, percebe que faltam dez centavos. Allen Ginsberg aproxima-se e pergunta se pode ajudar. Ele inteira os dez centavos e ainda a convida para tomar um café. Ela aceita. Os dois sentam-se à mesa e tratam de alguns assuntos, a poesia de Walt Whitman entre eles. De repente, Ginsberg inclina-se na direção dela:
-Escuta, você é mulher?
-Sou, algum problema? - ela diz.
-Não. É que eu a tinha tomado por um garoto danado de bonito.
-Bom, se 'cê quiser, eu posso devolver o sanduíche.
-Deixa quieto. Tá tudo em casa.

A anedota é uma das registradas num livro sobre encontros insólitos entre artistas famosos. O livro chama-se Hello Goodbye Hello, e foi escrito pelo britânico Craig Brown. Nele, estão narrados encontros entre Joyce e Proust; Harpo Marx e Bernard Shaw; Leonard Cohen e Janis Joplin, além de muitos outros. Quase sempre tão engraçados quanto. Brown reivindica a veracidade de todos os casos. O que não fácil. E nem o caso.
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Roth e a Wikipédia
Em setembro passado, Philip Roth envolveu-se numa curiosa disputa com a Wikipédia. Segundo a enciclopédia colaborativa, o protagonista do romance de Roth, The Human Stain [A Nódoa Humana, 2ooo], um professor universitário, despedido por uma acusação de racismo, teria sido inspirado no escritor Anatole Broyard. Roth, contudo, escreveu aos colaboradores da Wikipédia ratificando: a fonte de inspiração não tinha nada a ver com Broyard. Tratava-se, na verdade, de Melvin Tumin, um amigo de Roth, que lecionara em Princeton. E, no entanto, dias depois, Roth recebeu uma mensagem afirmando que ele não era “uma fonte confiável”. Um administrador da Wikipédia notificou-lhe: “entendo seu parecer de que o autor é a principal autoridade sobre a própria obra, mas nós sempre solicitamos fontes secundárias fiáveis”. Neste ponto, Roth redigiu uma carta aberta. E não qualquer uma: são mais de duas mil palavras. A carta foi publicada na New Yorker. Nela, Roth argumenta que a hipótese aventada no verbete tratava-se de algo começado num mexerico de bastidores. E aponta, assim, as evidências de que Tumin constituía, de fato, a fonte de inspiração para o personagem. Devidamente convencidos, os editores fizeram a retificação.
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A Resenhista que Rima
A crítica Michico Kakutani, que escreve resenhas para a seção de livros do New York Times, tem sido centro recorrente de alguma polêmica por suas, digamos, excentricidades. Recentemente, ela despertou o furor de alguns editores de revistas e suplementos literários ao resenhar em verso - parodiando o estilo do autor - o livro Dogfight – A Presidential Race in Verse [Briga de Cachorro Grande – A Disputa Presidencial em Verso]. A resenha está disposta em treze estrofes de iâmbicos pentâmetros rimados, esquema AABB. 

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