Há
dez anos o Santos foi campeão contra o Corinthians. A diferença dos
campeões brasileiros de hoje, o Santos jogava. E deixava
jogar. Mas jogava mais. Além, tinha as duas promessas do futebol
brasileiro: Diego e Robinho. E era um futebol brasileiro ainda não
totalmente inferiorizado por grana, marketing e, por fim, admitamos,
bola, para o europeu. Jogava e deixava jogar. Mas jogava mais.
Nesse
ínterim, Diego, Robinho, Ronaldinho Gaúcho, Adriano e Kaká, como
geração, malograram miseravelmente na seleção. Beijaram a lona.
Foi uma geração frustrante. Que não só não ganhou muita coisa,
como também não encantou. E até passou uma impressão de um enorme
desperdício de talento e uma imensa auto-indulgência à medida em que os salários e a exposição na mídia cresciam geométrica e pateticamente.
E
se há um time que não vai redimir esse estado de coisas é esse
Corinthians apenas aplicado e ferrolhento, que disputa, daqui a
pouco, o Mundial de Clubes. Pode até ganhar do Chelsea. O que, claro, será uma proeza. Mas
certamente não no estilo em que a gente foi mal acostumado a ganhar:
jogando bola, dando gosto, trocando passe, retendo a posse, indo pra cima, tendo iniciativa, não se acomodando após magras vantagens. É tudo que o Corinthians de Tite não faz. Por mais que se fale em compactação ou em marcação pressão no campo do adversário. Esse Corinthians sente uma espécie de incômodo, de crise de consciência em ganhar por mais de um. 1x0 é seu placar. 2x1 é já extravagância. Mais do que isso, para eles, passa por insulto: como ousa pedir que a gente ganhe de 4x0 ou 5x1? Endoidou?
As
casas de apostas londrinas, termômetro real das chances, estão
pagando 1,75 para o Chelsea e 4,50 para o Corinthians. O empate está cotado em 3,50.
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