sexta-feira, 15 de abril de 2011

Sem meias vírgulas, uma firula & a fábrica de tecidos

Érica Correia, The Wind Blows My Mind, 2009



Três Apitos


grito para além da praça
mas os passos motores
guizos buzinas percalços
pigarros mas a voz do senhor
que ainda compra jornal
em banca bem-te-vis
e sanhaços gota da chuva
que está para cair taco do
cego batendo ângulos
outro grito de gol a murchar
dolente risco na caderneta
da jornalista pressão hesitante
de teclas abraço entre sarja e
poliéster mosca sobre fruta
sinos um bocejo moça seguindo
célere para o passado sargaços
trago de soda dobre de sola
e dados e dédalos talheres no tampo
da mesa clepsidra os dedos ou só


o eco da última vez em que
chamei teu nome cega a voz


e segues sobre o cascalho.


* * *

2 comentários:

  1. Meu Querido Ruy,


    Obrigado pela resposta.

    É uma pena que este ano seja de vacas magras para o Afetivagem, mas enfim. Obrigado por manter o conteúdo no ar.

    Se me fosse concedido ainda um outro pedido, eu gostaria de conferir aqui o célebre “Clóvis Beviláqua no Dia dos Namorados”.

    A turma de 2005.1 do Direito/UNIFOR, quando se reúne, sempre rememora a aula em que você o recitou.

    Por favor, pelo "Homem que matou Bresson", poste o poema.

    Boa sorte na vida.


    Abraços cordiais,
    Vinícius

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  2. prezado vinícius,

    assim que achar uma ilustração que "case" com o texto, posto o poema, combinado?

    um abraço cordial e saudoso a toda aquela turma tão querida!

    boa sorte a todos!

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