naquela
época, eu era ele. Você já era você. E a cidade crescia apesar de
já ser grande. Vê-la da enorme roda gigante parecia pouco passatempo, meio ratoeira de turismo. Que fazer? Eu havia lhe prometido. Lembra?
Daí, ao olho da cidade foram: você e ele. E como era grande aquela
roda:
–ah,
como era grande aquela roda! – ele lhe disse exatamente isso uma
vez. Lembra? Foda. Foi no Cais Bar. Alguns tempos depois, conferindo fotos. Ele riu. Você riu.
Aquele risinho gutural, nervoso, absolutamente encantador, que você ainda quase ri. Assim meio social. Para recompor coisas. E logo olhou relanceado, um
pouquinho rubra, para a amiga advogada, que não riu de jeito nenhum, pois também tinha lá suas apostas e investimentos. Mas, então, eles não
podiam mais nada. O destino já se ocupara deles.
lembrar
era uma espécie de esporte, e lhe irritava. Você queria por que
queria que a minha vida reestreasse numa espécie de a.A. e d.A. E
ali seria só a pré-estreia. Mas ele tinha certo receio. E Camocim
como ficava? E as viagens para o mundo vasto? E ele não entendia
seu esforço por parecer menos complexa, e mais, digamos, extrovertida.
E, todavia, você gastava muita energia nisso. E não havia quem lhe
demovesse disso. E isso parecia um selo grudado à sua testa. Uma
espécie de IS0 9000 da prudência com alguma anfetamina. E umas poucas de prescrições do terapeuta. Sei não. Como
afloram essas coisas que a gente quer esconder, mas transbordam pela comporta com a torrência do Amazonas. E que viria depois de
emocionante na vida deles, além dos filhos?
você
ganhou um carro num sorteio.
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