Roy Lichtenstein, 1995
hoje,
em qualquer lugar, há dicas e sugestões sobre os excessos que os
noivos devem evitar. ou sobre carícias que os casais podem lançar
mão no dia dos namorados, num quarto de hotel reservado, todinho
para eles, à beira-mar, a contemplar um navio adernado. e saber se
rende mais, dependendo do calado, do porto ou do porte, pôr primeiro
esta ou aquela perna, acima ou abaixo da perna da consorte. e todo um
catálogo de posturas para se kamasutrar até de manhã. ou que parte
descer (ou subir) primeiro no tobogã. hoje, ainda que você não
seja ansioso por informação, a ponto de pedir licença - pelo sim,
pelo não - para ir ao toalete conferir no iphone se a ocasião fez o
ladrão, ou se o verão, enfim, foi feito pela andorinha; você,
insano, já nem sabe mais qual dica lhe dá mais tesão, e qual é
mais erva-daninha: há um incomensurável acervo de dicas e sugestões
em linha. em linha, e com um anzol. e elas ensinam a carícia mais
criativa a qualquer otário, a melhor forma de vedar-se sob o
lençol, além de, claro, o padre nosso ao vigário. e a todos como
se vestir, sem precisar entrar no armário. e, no dia a dia dos
namorados, a se despir dançando um samba, mais maneiro, amaciado que
uma chinchila em cochabamba. e, depois, que bela trama, como transar,
rezar e marcar um gol de placa – detalhe: sem fazer pipi na cama.
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