Yane Marques durante uma prova de esgrima do pentatlo moderno
Num
determinado momento da Olimpíada, um pai e sua filha de nove anos
assistiam a uma partida de vôlei feminino em um restaurante de
Fortaleza. E o pai, visivelmente entediado - ou quem sabe querendo assistir o Brasileirão - tinha de ficar, porque a
menina estava tão envolvida com a transmissão que seria um pecado
interromper-lhe a torcida.
*
Nesta Olimpíada, mais
importante do que o resultado geral, foi o fato de um considerável número de medalhas ter sido obtido não só por atletas do
Nordeste, mas que fizeram sua preparação sem sair do Nordeste. E,
para completar o pacote da boa nova, de serem mulheres: Sarah
Menezes, Yane Marques, Adriana Araújo, Juliana Silva¹. E a elas se
juntam as garotas do vôlei: Dani Lins e Jaqueline Carvalho.
A
auto-estima da região agradece.
E basta revisar o biotipo dessas mulheres de fibra para perceber o fato de o Nordeste ser uma sociedade
multiracial e multicultural, em essência. E talvez a mais antiga delas, e não só no Brasil. Onde há espaço e tempo para todas as
etnias. E, desde sempre, para a composição entre elas.
Mas tudo isso é só um primeiro indício de como será o país quando
superar a barreira das desigualdades econômicas e interregionais: será
mais seguro, acessível, viajável, justo, ainda mais composto e
verdadeiramente federado.
E, evidente, muito menos presa de estereótipos.
¹Juliana
Silva, nascida em Santos, de família cearense, retornou com meses de
idade para Fortaleza, onde vive e treina.
Linda e justíssima homenagem!
ResponderExcluirmas vocês todas brasileiras, do norteste ou não, merecem mais do que isso, claro!
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