Pieter Brueghel, o Velho, Paisagem com a queda de Ícaro, c.1558
Musée des Beaux Arts
About suffering they were never wrong,
The Old Masters: how well, they understood
Its human position; how it takes place
While someone else is eating or opening a window or just walking dully along;
How, when the aged are reverently, passionately waiting
For the miraculous birth, there always must be
Children who did not specially want it to happen, skating
On a pond at the edge of the wood:
They never forgot
That even the dreadful martyrdom must run its course
Anyhow in a corner, some untidy spot
Where the dogs go on with their doggy life and the torturer's horse
Scratches its innocent behind on a tree.
In Brueghel's Icarus, for instance: how everything turns away
Quite leisurely from the disaster; the ploughman may
Have heard the splash, the forsaken cry,
But for him it was not an important failure; the sun shone
As it had to on the white legs disappearing into the green
Water; and the expensive delicate ship that must have seen
Something amazing, a boy falling out of the sky,
had somewhere to get to and sailed calmly on.
W.H. Auden
Musée des Beaux Arts
Sobre sofrimento nunca se equivocavam,
Os Velhos Mestres: como entendiam bem
O ponto-de-vista humano, de como ele ocorria
Enquanto alguém comia ou abria uma janela ou tão-só caminhava monotonamente;
O modo como os idosos seguiam reverentes, em ardente aguardo,
Pelo nascimento miraculoso, devia haver sempre
Crianças que não o desejavam tanto, patinando
Num charco à orla da floresta:
Eles nunca esqueciam
Que mesmo o mais medonho martírio tinha de seguir seu curso
Algures a um canto, num sítio desalinhado
Onde os cães prosseguem com sua canina vida e o cavalo do torturador
Esfola o inocente atrás de uma árvore.
No Ícaro de Brueghel, por exemplo: de como quase tudo dá as costas
Um tanto placidamente ao desastre; o lavrador
Pode ter ouvido o espasmo, o clamor desamparado,
Mas para ele nada havia de muito erro; o sol brilhava
Como sobre as pernas brancas a desaparecer no verde
mar; e o caro e sofisticado navio que deve ter visto
Algo fantástico, um moço caindo do céu,
Tinha um destino a encontrar e navegava suavemente.
* * *
esse poema de auden é bem mais interessante do que o de williams carlos williams, vc nao acha?
ResponderExcluirnão. não acho. acho q cada um tem a sua própria e diversa beleza.
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