o
entomologista investiga uma nova espécie de cupim descoberta na
amazônia. a espécie tem apenas fêmeas.
ainda assim, reproduz.
*
*
-não tenha pena de mim. lembre-se: eu fui tão ou mais sacana que você - o que não é pouco. e isso de fragilidades femininas é só charme. por
dentro você mal ia adivinhar o torquemada de saias que me habita o
espírito. nem o politicamente correto faria melhor por mim. (muito menos por você, sinto). e,
segundo dizem, nessa nova espécie de cupins a casa está cosida
em barro por dentro da casca. eu queria ser assim, meu caro. ter uma casa costurada por baixo da pele. mas não tenho. e ter onde morar não cai do céu. daí, se não sentir o
cheiro do dinheiro na pele dos que levo para cama, melhor esquecer.
pelo menos vou direto ao ponto, você sabe. e então, se me quiser de
novo, faça o favor de sair dessa pindaíba. e muito. ser pobre é
bonito, em biografias e enciclopédias. mulheres querem homens com
charutos que se acendem em cédulas de cem dólares, e não garotos que fumam baganas atrás das portas. homens
de verdade, que estribuchem sobre nós na mesma medida em que fodem
com a vida dos outros. quanto mais subalternos tiverem, mais chances
de darem certo no meu cetim, você sabe. não nasci no time desses cupins. e estou é ficando velha, não louca. tenho de quitar o
financiamento da casa, assegurar uma aposentadoria, e um seguro
educação pro waltinho.
ninguém
sabe o dia de amanhã.
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