eu
tinha uma paciente muito contida. o marido havia batido nela. tinha sido humilhada pelos filhos. abusada pelo pai, ainda em criança. aguentava tudo num altruísmo a toda
prova. a imaginar que recobrava dignidades. a sua, as da família:
-e
se eu perder a cabeça, doutora? - me perguntou uma vez, num acesso de
ousadia.
-infelizmente
quem faz essa pergunta nunca perde a cabeça.
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