De Sermos Numerosos
a
crueldade das pessoas está em serem muitas. Se todos fôssemos só
um e o mesmo, não teríamos o menor problema. Nem guerras. Nem
terrorismos. Nem politicamentes corretos, ditadores torpes, sectarismos degradantes. Ou minorias. Tampouco
preconceitos.
Por
outro lado, também não teria a menor graça. Seríamos
miseravelmente sós. Sem conversa debaixo do sol. Enquanto umas
partes do corpo fenecessem, outras na flor da idade. Mas que idade?
Haveria necessidade de tempo?
Arthur
pensava assim. Mas também pensava:
Mas
como seria a questão ambiental, se fôssemos só um? Digamos, um
imenso paquiderme pensante? Devastaríamos porções inteiras de
continentes só para nos alimentar? Áreas do tamanho de Andorra e do
Liechtenstein combinados, a cada dia? Um Arquipélago das Malvinas
mais meio Sergipe por mês? É, seria impossível desenvolver-nos com
sustento. A gente como paquiderme literalmente arrasaria uma porção
de planetas antes de passar para o próximo.
Mas, de um outro modo, não é exatamente o que a gente faz sendo muitos?
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