sexta-feira, 25 de maio de 2012

Que não sabem o que é redundância



Nos lugares certos

uma vez sentiu que ela queria pular no seu colo à primeira margem aberta. Mas não seria boa ideia. Ela que era tão distinta. Só que não podia ser assim, é claro, naqueles casos. A carne de sol e a macaxeira, não estavam nada más. O pequeno restaurante era limpo, deserto, na Zona Oeste. Parecia um sonho? Ou uma transparência naquele verão com friagens? Chegava-se e saia-se dele por táxi e com aquela sensação de nunca mais, insuperabilidade. Mas o fato de ela estar toda trincada não era nada bom para a caixinha de música. E melhor não misturar consolo com prêmio de consolação. E ainda havia amiga, inabilidades, uma longa língua. Ter de lidar com isso quando voltassem à província 

as distintas não perguntam certas coisas. Coisas com coisas. O fio da elegância não lhes dá criar vogais entre consoantes. Ou pãos, pãos, queijos, queijos. Jamais dizem perempitório. Dizem peremptório, e olham em volta apenas duas vezes para não descentrar conversa ou parecer aquelas atrizes que dizem assim “é aquela coisa do”, ou “sabe” ou “gente, eu amo”. E é de particular delícia quando descem à vulgaridade, e se conhece a mulher. Nem profissionais fazem tão bem. E quando os anos passam - ah, por quê? por quê? - por mais arredondas e matronas que se tornem, não perdem nunca essa destreza invulgar de haverem sido as mulheres bonitas nos lugares certos nos lugares certos

as que não sabem o que é redundar

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