uma
vez sentiu que ela queria pular no seu colo à primeira margem
aberta. Mas não seria boa ideia. Ela que era tão distinta. Só que
não podia ser assim, é claro, naqueles casos. A carne de sol e a
macaxeira, não estavam nada más. O pequeno restaurante era limpo,
deserto, na Zona Oeste. Parecia um sonho? Ou uma transparência
naquele verão com friagens? Chegava-se e saia-se dele por táxi e
com aquela sensação de nunca mais, insuperabilidade. Mas
o fato de ela estar toda trincada não era nada bom para a caixinha
de música. E melhor não misturar consolo com
prêmio de consolação. E ainda havia amiga, inabilidades, uma
longa língua. Ter de lidar com isso quando voltassem à província
as
distintas não perguntam certas coisas. Coisas com coisas. O fio da elegância não lhes
dá criar vogais entre consoantes. Ou pãos, pãos, queijos, queijos. Jamais dizem perempitório.
Dizem peremptório, e olham em volta apenas duas vezes para não
descentrar conversa ou parecer aquelas atrizes que dizem assim
“é aquela coisa do”, ou “sabe” ou “gente, eu amo”. E é
de particular delícia quando descem à vulgaridade, e se conhece
a mulher. Nem profissionais fazem tão bem. E quando os anos passam - ah, por quê? por quê? - por mais arredondas e matronas que se tornem, não perdem nunca essa destreza
invulgar de haverem sido as mulheres bonitas nos lugares certos nos
lugares certos
as
que não sabem o que é redundar
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