Voracidade
e Cinema
Há o caso
clássico do cigarro. O produto só começou a ser estigmatizado pelo
Estado quando se constatou que os gastos da previdência com as doenças provocadas pelo tabaco eram dramaticamente maiores que os
impostos ou a verba, via caixa dois, que comprava a bravata de
legisladores, congressistas.¹
Mas também até a
década de 1970, o grosso da população brasileira não limpava os
ouvidos, a não ser externamente. E à essa altura a Johnson & Johnson e outras
transnacionais da assepsia entenderam que era necessário faturar ainda
mais. Fabricaram, anunciaram, venderam milhões de pequenas hastes flexíveis
com chumaços de algodão nas pontas. Milhares de tímpanos estourados. As filas aumentaram na porta dos otorrinos. Até que, muitos anos depois, se constatou: aquilo de ouvidos
totalmente livres da secreção não era lá muito saudável. Além
disso, há o que se gastou com um produto nem sempre biodegradável: as hastes e os frascos que
as acondicionavam, em plástico não reciclável; o algodão; os
rótulos de papel, etc. Centenas de milhões. Um desperdício sem volta.
Tudo isso
foi alçado à condição de uma necessidade asséptica somente em
nome da expansão do consumo, do lucro. Pura ganância. Quantos
desses produtos que nos minam a saúde não consumimos hoje em dia? E morreremos sem saber do malefício que causam.
Nós, as
galinhas dos ovos. Nós, produtos privilegiados: porque devoramos
outros produtos.
Com
voracidade e cinema.
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¹E, digamos, se eles descobrirem que abortar sai mais barato e dá menos ônus ao Estado: por que não financiariam campanhas pró-aborto? É o que o PT e o governo brasileiro fazem subrepticiamente a todo instante. E os incautos vão na onda. Inclusive muita gente de boa vontade. Porém já acostumada a ir com as Marias.
É claro que financiariam!!! Afinal demagogos estão no comando.
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