Hannah and Her Sisters, Woody Allen, 1986
La
leggenda del pianista sull'oceano [The Legend of 1900] – Giuseppe Tornatore, 1998
Tous
le matins du monde – Alain Corneau, 1991
The
Last Waltz – Martin Scorsese, 1976
Let
it Be – Michael Lindsay-Hogg, 1969
Thirty Two
Short Films About Glenn Gould - François Girard, 1993
Round
Midnight – Bertrand Tavernier, 1986
Buena
Vista Social Club – Wim Wenders, 1999
Hannah
and Her Sisters – Woody Allen, 1986
What's
Opera, Doc? - Chuck Jones, 1957
Morte
a Venezia [Death in Venice] – Luchino Visconti, 1971
NOTA POSTERIOR [14.03.12]
O critério? O de montar um inventário rápido, extremamente assimétrico, injusto, como devem ser listas. Pautado pela memória instantânea, afetiva. Sem muito auxílio da virtuália. Faltam na lista os grandes musicais, por exemplo. A Lenda do Pianista do Mar, a rigor, é xarope, sentimental, daqueles que ameaçam fazer chorar. Talvez o pior - enquanto puro filme - filme da lista. No entanto, o tema principal, uma pequena peça para piano solo, muito bonita, nos compensa por toda a datilografia musical de cenas como a do duelo - que é exatamente onde a música em si desce ao porão. Todas as Manhãs do Mundo atrai, além da música claro, por tocar na questão dos jansenistas, da austeridade de suas vidas. De certo minimalismo de sentimentos, de temperamento, de certa condensação sublime, que tanto nos é alheia. Um filme de grande delicadeza. E fotografia bem conseguida. É, como A Lenda, um conto de fadas. Porém mais bem faturado. O Último Concerto de Rock e Let it Be são "pré-tótipos" do que a imagem fará com o rock a seguir. Quer dizer avôs dos vídeo-clipes e das filmagens de shows de rock. 32 curtas sobre Glenn Gould retém alguma poesia e dois belíssimos motivos que se endentam: a música de Bach tocada pelo pianista canadense. Round Midnight à primeira vista não é esses filmes todos, mas foi decisivo para minha geração aproximar-se de vez do jazz. Ora, quase sempre não se deve crer na primeira vista - embora ela não seja nada desprezível. E há a performance de Dexter Gordon. Buena Vista Social Club, um documentário generoso, épico. Restabelece justiça no tempo, e num senso perto de benjaminiano. Hannah e suas Irmãs talvez seja o mais estranho de ser posto na lista. Há nele, contudo, muito bom emprego de jazz antigo e de Bach no entremeio das cenas. O desenho O que é Ópera, Velhinho? vai como homenagem a Chuck Jones, que bem a merece - embora haja outros dele tão bons ou até melhores que este. Morte em Veneza, um filme pontuado pela música de modo quase inacreditável. E também muito honesto quanto às pulsões eróticas que podem assaltar qualquer um, de qualquer sexo, a qualquer hora. Notem que há dez filmes na lista. E se o título registra nove é por deliberadamente tentar seguir o preceito do ímpar. Do imperfeito. Um preceito de assimetria que segue ao centro de certa estética oriental. Ou zen. Nunca dividir ao meio ou simetricamente. Mas entrever beleza na assimetria. E assim, escanteia-se o par. No título ao menos. Mas quem sabe, se fossem onze redondos(?), o décimo primeiro pudesse ser o Prova d'orchestra [Ensaio de Orquestra, 1978], que marcou a última colaboração entre Nino Rota e Fellini? Embora de Rota, a trilha preferida é mesmo a de Amarcord (1974).
NOTA POSTERIOR [14.03.12]
O critério? O de montar um inventário rápido, extremamente assimétrico, injusto, como devem ser listas. Pautado pela memória instantânea, afetiva. Sem muito auxílio da virtuália. Faltam na lista os grandes musicais, por exemplo. A Lenda do Pianista do Mar, a rigor, é xarope, sentimental, daqueles que ameaçam fazer chorar. Talvez o pior - enquanto puro filme - filme da lista. No entanto, o tema principal, uma pequena peça para piano solo, muito bonita, nos compensa por toda a datilografia musical de cenas como a do duelo - que é exatamente onde a música em si desce ao porão. Todas as Manhãs do Mundo atrai, além da música claro, por tocar na questão dos jansenistas, da austeridade de suas vidas. De certo minimalismo de sentimentos, de temperamento, de certa condensação sublime, que tanto nos é alheia. Um filme de grande delicadeza. E fotografia bem conseguida. É, como A Lenda, um conto de fadas. Porém mais bem faturado. O Último Concerto de Rock e Let it Be são "pré-tótipos" do que a imagem fará com o rock a seguir. Quer dizer avôs dos vídeo-clipes e das filmagens de shows de rock. 32 curtas sobre Glenn Gould retém alguma poesia e dois belíssimos motivos que se endentam: a música de Bach tocada pelo pianista canadense. Round Midnight à primeira vista não é esses filmes todos, mas foi decisivo para minha geração aproximar-se de vez do jazz. Ora, quase sempre não se deve crer na primeira vista - embora ela não seja nada desprezível. E há a performance de Dexter Gordon. Buena Vista Social Club, um documentário generoso, épico. Restabelece justiça no tempo, e num senso perto de benjaminiano. Hannah e suas Irmãs talvez seja o mais estranho de ser posto na lista. Há nele, contudo, muito bom emprego de jazz antigo e de Bach no entremeio das cenas. O desenho O que é Ópera, Velhinho? vai como homenagem a Chuck Jones, que bem a merece - embora haja outros dele tão bons ou até melhores que este. Morte em Veneza, um filme pontuado pela música de modo quase inacreditável. E também muito honesto quanto às pulsões eróticas que podem assaltar qualquer um, de qualquer sexo, a qualquer hora. Notem que há dez filmes na lista. E se o título registra nove é por deliberadamente tentar seguir o preceito do ímpar. Do imperfeito. Um preceito de assimetria que segue ao centro de certa estética oriental. Ou zen. Nunca dividir ao meio ou simetricamente. Mas entrever beleza na assimetria. E assim, escanteia-se o par. No título ao menos. Mas quem sabe, se fossem onze redondos(?), o décimo primeiro pudesse ser o Prova d'orchestra [Ensaio de Orquestra, 1978], que marcou a última colaboração entre Nino Rota e Fellini? Embora de Rota, a trilha preferida é mesmo a de Amarcord (1974).
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O primeiro é o meu favorito da lista.Sempre que vou falar sobre o casamento da música com o roteiro, cito Morricone, principalmente em "1900", e "The Mission".Na verdade acabo falando de toda obra dele, porque aquela Amapola que ele colocou em Era uma vez na América não podia ser melhor.E os westerns também possuem uma trilha impecável.Esse é um assunto que eu amo!!!!
ResponderExcluirseu comentário é completo. mas agora me ocorreu: mais um para a lista seria 'pedro e o lobo', de disney. ganhei essa trilha naqueles compactos coloridos da disquinho. eram composições de prokofiev feitas para o desenho, e muito iradas, porque ensinavam a sonoridade dos instrumentos às crianças: cada instrumento da orquestra era um dos personagens do desenho.
ResponderExcluirEu tb tinha esse disquinho.Minha mãe deixava tocando até que eu adormecesse.Que delícia de recordação!!!
ExcluirTous le matins du monde – Alain Corneau, 1991
ResponderExcluirtenho a Banda Sonora
Adoro
saudades
eu também, rita. e também saudade.
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