sábado, 25 de setembro de 2010

Empacotamos o breu: Celan


Paul Klee, Blumengarten, 1924





Blume


Der Stein.
Der Stein in der Luft, dem ich folgte.
Dein Auge, so blind wie der Stein.

Wie waren
Hände,
wir schöpften die Finsternis leer, wir fanden
das Wort, das den Sommer heraufkam:
Blume.

Blume—ein Blidenwort.
Dein Aug und mein Aug:
sie sorgen
für Wasser.

Wachstum.
Herzwand um Herzwand
blättert hinzu.

Ein wort noch, wie dies, und die Hämmer
schwingen im Freien.


Paul Celan



Flor

A pedra.
A pedra no ar, que eu sigo.
Teu olho tão cego quanto a pedra.

Nós somos
mãos,
nós empacotamos o breu vazio, achamos
a palavra que soergueu o verão.

Flor – a palavra de um cego.
Teu olho e meu olho:
eles vêem
para água.

Crescimento.
Parede após parede do coração
lhe somam pétalas.

Mais uma palavra como esta, e os martelos
baterão ao relento.


*   *   *

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