Zefferin Weinfeld, 1979
Das armadilhas da dispersão
Na verdade é bem ao contrário. Só a regularidade produz beleza. Mas como os gestores do mundo, do alto de suas corporações, sabem que quanto mais irregular em seus hábitos, mais o terráqueo irá consumir, buscam, então, oferecer a ele o máximo de possibilidades. Algumas em versão standard, outras em premium. Possibilidades com cinco ou três portas. Mas, no fundo, lá no recinto mais recôndito da alma, todas as portas -- e elas foram modeladas em diamante -- estão fechadas para sempre. Resta ao terráqueo, mesquinho como um verme desses que se pendura no anzol à hora de lançar a linha, ser testado como isca. Os gestores se divertem. Pois essa isca já havia, ela própria, fisgado uma porção do que estava pendurado em um anzol anterior.
Nota --- não estranhem o tom dessas duas postagens (Das armadilhas... e Viver dentro...) mais recentes e da que segue acima (A Eterna). Foram escritas pensando em Kafka. E não nos manuais de auto-ajuda. Embora talvez, até pelo reforço das ilustrações (belas, mas um tanto New-Age), pareçam estar mais para auto-ajuda do que para Kafka. O defeito, aqui, foi de confecção. No entanto, a brincadeira, longe de ser o teor de cada uma delas, segue muito mais por gerar uma estranheza --- e certo humor --- inserindo uma única, algumas ou mesmo muitas palavras inadequadas. Algo fora do contexto, descompensado. Na postagem abaixo, na verdade uma expressão ("ser humano"), que substitui algo mais previsível, como "sujeito", por exemplo. Dito isso, fica fácil achar que palavra[s] destoa[m] do contexto nesta postagem, pois ela, em conjunto, é ainda menos sutil que a anterior. O mesmo princípio, em gradação, se aplica à que segue acima, mas já ameaçando, como tudo no Brasil, atingir, talvez involuntariamente, a rematada farsa. É difícil abster-se do barroco vivendo no Brasil.
Nota --- não estranhem o tom dessas duas postagens (Das armadilhas... e Viver dentro...) mais recentes e da que segue acima (A Eterna). Foram escritas pensando em Kafka. E não nos manuais de auto-ajuda. Embora talvez, até pelo reforço das ilustrações (belas, mas um tanto New-Age), pareçam estar mais para auto-ajuda do que para Kafka. O defeito, aqui, foi de confecção. No entanto, a brincadeira, longe de ser o teor de cada uma delas, segue muito mais por gerar uma estranheza --- e certo humor --- inserindo uma única, algumas ou mesmo muitas palavras inadequadas. Algo fora do contexto, descompensado. Na postagem abaixo, na verdade uma expressão ("ser humano"), que substitui algo mais previsível, como "sujeito", por exemplo. Dito isso, fica fácil achar que palavra[s] destoa[m] do contexto nesta postagem, pois ela, em conjunto, é ainda menos sutil que a anterior. O mesmo princípio, em gradação, se aplica à que segue acima, mas já ameaçando, como tudo no Brasil, atingir, talvez involuntariamente, a rematada farsa. É difícil abster-se do barroco vivendo no Brasil.
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