Art Chantry, 1986
J. S. Bach
Ontem à tarde, estudava um pouco uma das mais conhecidas peças de Bach para violão: a “Bourrée” em Mi Menor. Entre as poucas obras para violão erudito que tocava de cabeça, quando, de fato, tocava um pouco de violão. Faz tempo.
Como boa parte dos gêneros musicais, a bourrée era antes uma dança. E aí vem à mente um verso. De Creeley: "a música é a dança dos que não dançam".
Como boa parte dos gêneros musicais, a bourrée era antes uma dança. E aí vem à mente um verso. De Creeley: "a música é a dança dos que não dançam".
Aliás, Bach compôs a "Bourrée" originalmente para alaúde – uma vez que a guitarra (apenas no Brasil a guitarra se chama “violão”; em Portugal e no resto das línguas ocidentais é “guitarra”) ainda não era um instrumento conhecido. Ou, no mínimo, suficientemente “respeitável”, "conceituado".
A transcrição, para violão, é igualmente em Mi Menor. Como o Mi Menor utiliza as mesmas notas da escala de Sol Maior – sua relativa maior, como se diz – há quem diga haver sido a “Bourrée” a inspiração para o “Blackbird”, de McCartney. Bastante provável.
Mas o que impressiona é, apesar se sua simplicidade, não haver uma única nota a menos. Ou a mais.
A precisão de sempre, do velho mestre de Leipzig. Mesmo numa peça didática, para iniciantes no instrumento.
Dizem que a música de Bach é a ouvida pelo Altíssimo. Sendo que, quando o Todo Poderoso vai dormir, os anjos se divertem, por um pouco, com os maneirismos de Mozart.
P.S. --- uma boa interpretação, limpa, direta, simples, dessa peça pode ser ouvida aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=jKSg8t4zyLg
P.S. --- uma boa interpretação, limpa, direta, simples, dessa peça pode ser ouvida aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=jKSg8t4zyLg
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