Paul Klee, Old Man Figuring (Rechenender Greis), 1929
Sonnet CXXXVIII
When my love swears that she is made of truth,
I do believe her, though I know she lies,
That she might think me some untutored youth,
Unlearnèd in the world’s false subtleties.
Thus vainly thinking that she thinks me young,
Although she knows my days are past the best,
Simply I credit her false-speaking tongue:
On both sides thus is simple truth suppressed.
But wherefore says she not she is unjust?
And wherefore say not I that I am old?
Oh, love’s best habit is in seeming trust,
And age in love loves not to have years told.
Therefore I lie with her and she with me,
And in our faults by lies we flattered be.
William Shakespeare
Soneto CXXXVIII
Quando meu amor jura que é feita de verdade,
Devo crê-la, ainda que eu saiba: ela mente;
Tomando-me por um inculto adolescente,
Sem notar nas sutilezas deste mundo falsidade.
Assim pensando, ela acha em mim pouca idade,
Entanto saiba: o melhor de meus dias já não é presente,
E creio em sua falsa língua, simplesmente:
De ambos os lados impera a mesmíssima inverdade.
Mas então, por que ela não diz que é injusta?
E, no caso, por que não digo que estou velho?
Ah, esse melhor hábito do amor, fingir que nada custa,
E tempo no amor não põe o passar de anos no espelho,
Portanto minto para ela, ela replica na mesma moeda
E essas faltas e mentiras nos afagam feito seda.
* * *
O hábito de a(mar) que começa num desfiar de olhos sem pretensão nenhuma a não ser o arder das mãos.
ResponderExcluir"E essas faltas e mentiras nos afagam feito seda"
há-braços enrolados em papel de seda...azul cobalto!