Marisol (Marisol Escobar), 1973
The Ballad of the Lonely Masturbator
The end of the affair is always death.
She's my workshop. Slippery eye,
out of the tribe of myself my breath
finds you gone. I horrify
those who stand by. I am fed.
At night, alone, I marry the bed.
Finger to finger, now she's mine.
She's not too far. She's my encounter.
I beat her like a bell. I recline
in the bower where you used to mount her.
You borrowed me on the flowered spread.
At night, alone, I marry the bed.
Take for instance this night, my love,
that every single couple puts together
with a joint overturning, beneath, above,
the abundant two on sponge and feather,
kneeling and pushing, head to head.
At night alone, I marry the bed.
I break out of my body this way,
an annoying miracle. Could I
put the dream market on display?
I am spread out. I crucify.
My little plum is what you said.
At night, alone, I marry the bed.
Then my black-eyed rival came.
The lady of water, rising on the beach,
a piano at her fingertips, shame
on her lips and a flute's speech.
And I was the knock-kneed broom instead.
At night, alone, I marry the bed.
She took you the way a woman takes
a bargain dress off the rack
and I broke the way a stone breaks.
I give back your books and fishing tack.
Today's paper says that you are wed.
At night, alone, I marry the bed.
The boys and girls are one tonight.
They unbutton blouses. They unzip flies.
They take off shoes. They turn off the light.
The glimmering creatures are full of lies.
They are eating each other. They are overfed.
At night, alone, I marry the bed.
Anne Sexton
A Balada da Masturbadora Solitária
O fim do caso é sempre morte.
Ela é minha oficina. Olho de lado,
Ao largo da minha tribo, meu corte
De ar te vê partir. E assustados
Por mim eles esperam. Farta da trama.
E de noite, só, caso com a cama.
Ela agora é minha, dedo a dedo.
Ela está por perto. À minha trava.
Badalo-a como um sino. E retrocedo
Ao aposento em que vocês trepavam.
Você me teve sobre a coberta de rama.
E de noite, só, caso com a cama.
Lembra esta noite, meu bem,
Em que cada mínimo casal só apruma
Com um tranco, acima e aquém
O abundante par pluma e espuma.
Uma cabeça a outra abaixa, inflama.
E de noite, só, caso com a cama.
Driblo meu corpo de menina,
Um milagre enfadonho. Mas será
Que posso pôr o sonho na vitrina?
Crucifixo. Sinto-me folgar.
Minha ameixinha é como você a chama.
E de noite, só, caso com a cama.
Então, de olhos negros vem minha rival.
A senhora das águas, emergente nauta.
Um piano nos artelhos, mau sinal
Nos lábios, e uma voz de flauta.
E, ao invés, fui a escova que escama.
E de noite, só, caso com a cama.
Ela te pega como uma mulher pega
Um vestido no saldo à fresca.
Eu me quebro ao modo de uma pedra.
Te devolvo os livros e a vara de pesca.
O jornal teu casamento proclama.
E de noite, só, caso com a cama.
Guris e gurias hoje à noite são um só.
Desabotoam blusas. Zíperes retiram.
Descalçam os sapatos. Apagam ao redor.
As inflamadas criaturas, cheias de mentiras.
Comem-se entre si. A fartura os difama.
E de noite, só, caso com a cama.
Nota – ‘sexton’=’sacristão’
The end of the affair is always death.
She's my workshop. Slippery eye,
out of the tribe of myself my breath
finds you gone. I horrify
those who stand by. I am fed.
At night, alone, I marry the bed.
Finger to finger, now she's mine.
She's not too far. She's my encounter.
I beat her like a bell. I recline
in the bower where you used to mount her.
You borrowed me on the flowered spread.
At night, alone, I marry the bed.
Take for instance this night, my love,
that every single couple puts together
with a joint overturning, beneath, above,
the abundant two on sponge and feather,
kneeling and pushing, head to head.
At night alone, I marry the bed.
I break out of my body this way,
an annoying miracle. Could I
put the dream market on display?
I am spread out. I crucify.
My little plum is what you said.
At night, alone, I marry the bed.
Then my black-eyed rival came.
The lady of water, rising on the beach,
a piano at her fingertips, shame
on her lips and a flute's speech.
And I was the knock-kneed broom instead.
At night, alone, I marry the bed.
She took you the way a woman takes
a bargain dress off the rack
and I broke the way a stone breaks.
I give back your books and fishing tack.
Today's paper says that you are wed.
At night, alone, I marry the bed.
The boys and girls are one tonight.
They unbutton blouses. They unzip flies.
They take off shoes. They turn off the light.
The glimmering creatures are full of lies.
They are eating each other. They are overfed.
At night, alone, I marry the bed.
Anne Sexton
A Balada da Masturbadora Solitária
O fim do caso é sempre morte.
Ela é minha oficina. Olho de lado,
Ao largo da minha tribo, meu corte
De ar te vê partir. E assustados
Por mim eles esperam. Farta da trama.
E de noite, só, caso com a cama.
Ela agora é minha, dedo a dedo.
Ela está por perto. À minha trava.
Badalo-a como um sino. E retrocedo
Ao aposento em que vocês trepavam.
Você me teve sobre a coberta de rama.
E de noite, só, caso com a cama.
Lembra esta noite, meu bem,
Em que cada mínimo casal só apruma
Com um tranco, acima e aquém
O abundante par pluma e espuma.
Uma cabeça a outra abaixa, inflama.
E de noite, só, caso com a cama.
Driblo meu corpo de menina,
Um milagre enfadonho. Mas será
Que posso pôr o sonho na vitrina?
Crucifixo. Sinto-me folgar.
Minha ameixinha é como você a chama.
E de noite, só, caso com a cama.
Então, de olhos negros vem minha rival.
A senhora das águas, emergente nauta.
Um piano nos artelhos, mau sinal
Nos lábios, e uma voz de flauta.
E, ao invés, fui a escova que escama.
E de noite, só, caso com a cama.
Ela te pega como uma mulher pega
Um vestido no saldo à fresca.
Eu me quebro ao modo de uma pedra.
Te devolvo os livros e a vara de pesca.
O jornal teu casamento proclama.
E de noite, só, caso com a cama.
Guris e gurias hoje à noite são um só.
Desabotoam blusas. Zíperes retiram.
Descalçam os sapatos. Apagam ao redor.
As inflamadas criaturas, cheias de mentiras.
Comem-se entre si. A fartura os difama.
E de noite, só, caso com a cama.
Nota – ‘sexton’=’sacristão’
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