tag:blogger.com,1999:blog-18185920.post8377217491528070967..comments2023-05-07T11:24:52.912-03:00Comments on ./AFETIVAGEM.]: Redemunhava sobre a rédea do vento: HopkinsRuy Vasconceloshttp://www.blogger.com/profile/10173181772544882750noreply@blogger.comBlogger4125tag:blogger.com,1999:blog-18185920.post-11288698383116689632009-01-08T00:30:00.000-03:002009-01-08T00:30:00.000-03:00Ruy,Me ocorre uma coisa bem prosaica. Veja o vocáb...Ruy,<BR/><BR/>Me ocorre uma coisa bem prosaica. Veja o vocábulo "blue", com sua sonoridade cava, profunda, em oposição ao sinônimo usual em português "azul", que abre com uma vogal pura para uma vibração logo oclusa e um "l" que inexiste no português do Brasil foneticamente como tal. Então um "deep blue" (além de um obsoleto computador jogador de xadrez) é quase um mergulho sonoro no "som azul", com direito a baque surdo ou entrada vertical de saltador profissional. O nosso "azul profundo" (se for essa a solução que melhor atenda ao sentido num determinado verso) é de uma indiscrição brutal, com esse "r" no meio. Isso sem falar do outro sentido de "blue", como bem aproveitou Gerswhin na sua Rapsódia de tão feliz título. E, convenhamos, "rocking-chair" (que à varanda e vazia é uma imagem da morte em tantos blues) é uma palavra rangente, indecisa, ao sabor do vento e do olhar.<BR/><BR/>grande abraço<BR/>CláudioCláudio Neveshttps://www.blogger.com/profile/07390088499516089263noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-18185920.post-79471918920760944912009-01-08T00:17:00.000-03:002009-01-08T00:17:00.000-03:00Ruy,A dificuldade da tradução do inglês começa no ...Ruy,<BR/><BR/>A dificuldade da tradução do inglês começa no fato de que é uma língua sintética e polissêmica, em oposição ao analítico português. O inglês é ainda muito mais fortemente onomatopaico, o que cola ainda mais a sonoridade ao sentido (o que se há de perder, claro, na tradução). Acresce que há, ainda, a questão do peso sonoro das palavras. Veja você que num inspirado soneto inglês, de, digamos, Shakespeare, cabem muito mais palavras que na tradução. Tenho aqui uma dos sonnets completos, mas, se não se lê o original... De qualquer forma, acho que foi o nosso Pound quem disse das vantagens de se ler numa língua que se sabe solfejar, mas da qual não se tem completo domínio. Pega-se o ritmo, os timbres, as tonalidades, sem que o sentido rematado da tradução vicie o original. O pior que pode haver é "ver" as palavras em um idioma e "lê-las" mentalmente em outro. De qualquer modo, não foi só no Hopkins que você aceitou desafios. O último verso de Of a mere being, de Stevens, é de recuperação impossível em português. O que não significa que não devamos traduzi-lo. A tradução é um fracasso antecipado, alguém já disse, mas indispensável. Eu, por aqui, sigo numa forma precária de O Relógio, de Baudelaire, e o Palácio Promontório, de Rimbaud, às quais me dedico, com minucioso insucesso, há quase uma década...rs<BR/><BR/>grande abraço<BR/>CláudioCláudio Neveshttps://www.blogger.com/profile/07390088499516089263noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-18185920.post-8639774210202396752009-01-06T07:48:00.000-03:002009-01-06T07:48:00.000-03:00olá, cláudio,é isto. em certos casos a gente lança...olá, cláudio,<BR/><BR/>é isto. em certos casos a gente lança a tradução já pedindo, de antemão, que não se note o quanto ela é mesquinha diante do original. ainda estou para ver versões de Hopkins para o português que passem ao largo desse procedimento-desculpa-antecipada. esta não foge à regra. mas o original é uma beleza, como v. percebe. retorna à aliteração. ao recurso da aliteração como fundamento da poesia em inglês. e q. já está lá pelo 'the seafarer'.<BR/><BR/>abs.Ruy Vasconceloshttps://www.blogger.com/profile/10173181772544882750noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-18185920.post-91717498905889159302009-01-05T22:54:00.000-03:002009-01-05T22:54:00.000-03:00Rui,Tanto que você dizia que Hopkins era intraduzí...Rui,<BR/>Tanto que você dizia que Hopkins era intraduzível... Não esperava por ele aqui, com seus sprung etc e tal, se é que me lembro da nomenclatura. Tudo muito cerebral e ainda assim alucinante, como o The Wreck of the Deutschland.Anonymousnoreply@blogger.com